5 de out. de 2009

Leia também a 1ª parte, 2ª parte e 3ª parte.

2 – Sistema de Arrefecimento


Um sistema de arrefecimento ineficiente ou danificado pode contribuir para o surgimento ou causar o engripamento e escoriação.

As razões para que isso aconteça se dão pelo seguinte:
- A queima do combustível em motores de combustão interna gera muito calor: Cerca de 30% dessa energia térmica é transformada em trabalho mecânico cerca de 35% do restante é expedido com os gases de descarga e aproximadamente 35% do calor total da combustão deve ser absorvido pelo sistema de arrefecimento e pelo óleo lubrificante.

Esta é uma tarefa considerável, pois por exemplo, um motor de 200 cv pode gerar mais de 125.000 kilocalorias por hora, que devem ser eliminadas como calor perdido.

Qualquer perda de água, redução da superfície de radiação, redução do fluxo de ar ou redução da taxa da transferência de calor dos cilindros para a água do sistema de arrefecimento, reduzirá o ritmo com que o calor é dissipado do motor.

Assim sendo, sempre que o calor for produzido mais rapidamente do que o sistema de arrefecimento for capaz de dissipá-lo, a temperatura do motor subirá e a água poderá ferver, formando assim pontos de superaquecimento. As temperaturas excessivas de operação por sua vez, provocam uma excessiva dilatação das partes e a ruptura do filme de óleo lubrificante e ocorre, então, o contato de metal com metal entre as partes em movimento e, consequentemente, o engripamento ou escoriação do motor.

Observação:
Os sistemas de arrefecimento a água [também chamados de sistemas de “refrigeração”], além da própria água, são abastecidos também com aditivos que, além de elevarem o ponto de ebulição da água, são também anti-corrosivos.

Essa mistura de água mais aditivos é, normalmente chamada de “liquido arrefecedor”,

Vamos analisar portanto, como localizar e inspecionar as partes do sistema de arrefecimento que podem provocar os problemas acima citados.

A – Vazamentos Externos


O calor, a água e o ar provocam, com o passar de tempo, dilatações, endurecimento, fendas ou apodrecimento nas mangueiras do radiador, reduzindo sua vida útil.

Por isso, é importante que, periodicamente, se lhes faça uma inspeção completa.

Para tanto, desaperte as braçadeiras e tire as mangueiras. Verifique tanto a parte interna como a externa de cada mangueira e substitua-a quando estiver esponjosa, enferrujada, muito dura ou rachada.

Uma mangueira endurecida e rachada permitirá o vazamento da água ou a entrada do ar e a aeração da água pode acelerar a formação de ferrugem, numa porção 30 vezes maior que a normal. As mangueiras amolecidas e podres, por sua vez, soltam partículas de borracha que se alojam nos tubos do radiador prejudicando a circulação da água. Além disso, mangueiras amolecidas também podem contrair-se durante a operação do motor a alta velocidade, reduzindo a circulação da água e provocando superaquecimento (embora, com o motor em marcha lenta a mangueira talvez não se contraia).

B – Vazamento de água para os cilindros ou para o carter


Mesmo um pequeno vazamento para dentro dos cilindros pode provocar o engripamento de anéis e pistões pela diluição do óleo lubrificante e consequentemente ruptura do filme de óleo.

Sempre que se verifica uma perda gradativa de água, e não houver, entretanto, sinais de vazamento externo ou perda pelo ladrão do radiador, há possibilidade de estar ocorrendo um vazamento de água para dentro de um cilindro ou para o carter.

Para se verificar se existe este tipo de vazamento faça a seguinte prova:

1 – Remova a correia do ventilador ou desligue o acoplamento da bomba de água para impedir o funcionamento desta. Remova o termostato e a mangueira superior de radiador.
2 – Encha o sistema de arrefecimento até que transborde.
3 – Levante as rodas traseiras com um mancado e engate a marcha mais longa.
4 – Acelere o motor e vá freando e soltando o freio de pé, espaçadamente.

Se a água que esta no alojamento do termostato começara borbulhar ou se aumentar de nível de repente, é sinal que existem vazamento no sistema, que poderá ser por exemplo, por um cabeçote trincado como na figura abaixo.


Uma trinca no cabeçote pode provocar o vazamento de água para dentro do cilindro.


Observação:
Deve-se fazer essa prova rapidamente, antes que se inicie a ebulição, pois as borbulhas de valor darão resultados enganadores.

Com o motor desmontado identifica-se esse tipo de vazamento pela aparência do pistão.

Um pistão gravemente corroído, pela infiltração de água no cilindro, é ilustrado na figura abaixo.


Uma corrosão intensa, é facilmente identificada pela aparência salpicada, meio cinzenta.


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